
“O Pelicano”
August Strindberg era contra as mulheres?
Colunas & Notas - Maria Lúcia Candeias
São Paulo - Em vida foi chamado de misógino. Isso na maravilhosa segunda metade do século XIX. Maravilhosa porque sucedia o Romantismo (da primeira metade do mesmo século) que se deu conta da situação de inferioridade com que as mulheres eram tratadas pela sociedade, dando origem ao movimento feminista, já na época do Naturalismo. Em matéria de Naturalismo, os principais autores de teatro foram os nórdicos: Enrik Ibsen (norueguês) e August Strindberg (sueco). Não houve mulheres como na literatura. Strindberg além de top do Naturalismo influenciou o Expressionismo e o Surrealismo. Mas teve uma mãe como a que aparece na peça “O Pelicano”, em cartaz no Teatro Viga, apenas aos sábados e domingos, com excelente direção de Denise Weinberg.
Esse mestre do teatro moderno foi o primeiro a escrever peças curtas e compactas que caracterizaram a programação do seu Teatro Íntimo que só teve o merecido sucesso depois de sua morte. Denise escolheu essa peça que inaugurou esse gênero de dramaturgia. Conta com bom elenco entre os quais se destacam Flávio Barollo (o filho inconformado com o comportamento da mãe) e com a mais do que experiente Lílian Blanc (a empregada da casa) arrasando, que as vezes é substituída por Mari Nogueira que não vi atuando. Ótimo cenário e figurinos - direção de arte de Carlos Calabone - e iluminação de Wagner Pinto, com fotografias de Ronaldo Gutierrez.
Não deixe de ver.
Maria Lúcia Candeias é Doutora em Teatro pela USP e Livre Docente pela Unicamp.
“O Pelicano”
Texto: August Strindberg
Direção: Denise Weinberg
Com: Sheila Gonçalves, Flavio Barollo, Patrícia Castilho, Flavio Baiocchi, Lilian Blanc e Mari Nogueira.
Onde: Viga Espaço Cênico - Rua Capote Valente, 1323 - Pinheiros Tel.: (11) 3801-1843
Quando: sábados, às 19h - gratuito para ONGs e escolas - e, às 21h; e domingos, às 19h
Até: 19/12 Quanto: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia)
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